quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CORA - A DAMA DA POESIA





Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina, nasceu em Goiás em 20 de agosto de 1889, às margens do rio Vermelho, em uma casa herdada pela família. Uma das primeiras construções da Vila Boa de Goiás.
Aos quatorze anos ela começa a escrever seus primeiros contos e apesar da pouca idade e de ter cursado somente as quatro primeiras séries, já mostrava uma desenvoltura bastante impressionante.
Em 1910 ela se casa e vai morar no interior de São Paulo. Lá vive por 45 anos.
Depois da morte do marido, Cora dá início a uma batalha para terminar de criar os três filhos e continuar a sustenta-se. Foi doceira, vendeu lingüiça caseira que ela mesma preparava, vendeu livros e escreveu..muito.
Aos cinqüenta anos a poetisa deixa de atender pelo nome de batismo e assume definitivamente o pseudônimo que escolhera anos atrás. Ela mesma, definiu essa fase como a “perda do medo”.
Aparentemente frágil, Cora utilizou-se de situações do cotidiano para construir seu estilo de escrever. E foi justamente o desconhecimento gramatical que fez com que sua poesia se tornasse mais simples enfatizando a mensagem e não a métrica.
Esse jeito de viver na terra natal foi o que permitiu que descobrisse que “...a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito..”


Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Cora Coralina (Outubro - 1981)


fonte: Wikipedia.org

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